sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

"O hospital e a praia"- Sophia M.Breyner

Este poema calhou num dos exames de Português(há mais de 10 anos) e nos exames finais para entrarmos para a faculdade.Bem me lembro deste poema de Sophia M.Breyner.
Eu bem prefiro a praia do que ir a um hospital.Preiro ouvir e ver o mar, a apanhar as conchas,beber uma caipirinha caipirosca,ou a comer gelados, (eheh) a passear na areia branca, fina e tomar umas banhocas,na época balnear,claro. ;)
"Ouvir e ver o mar,a apanhar conchas,
a passear na areia branca e fina" Epa,isto parece uma poema!Já vi esta frase algures,quem é o poeta?
Quem é que gosta de hospitais?

Esta poetisa está a descrever as cores do hospital e da praia.Será que está a comparar com alguma coisa?
Epa, eu gosto é desta frase,digo, da 2ª estrofe:

"Eu caminhei na praia e nos campos
O azul do mar e o roxo da distância...
(então a cor da distância é roxo?Pra mim é a cor de vinho:,a cor do meu curso) eheh
Caminhei na praia quase livre como um deus"
(Bestial esta frase,supimpa) :)

"O Hospital e a Praia"


E eu caminhei no hospital
Onde o branco é desolado e sujo
Onde o branco é a cor que fica onde não há cor
E onde a luz é cinza

E eu caminhei nas praias e nos campos
O azul do mar e o roxo da distância
Enrolei-os em redor do meu pescoço
Caminhei na praia quase livre como um deus

Não perguntei por ti à pedra meu Senhor
Nem me lembrei de ti bebendo o vento
O vento era vento e a pedra pedra

E isso inteiramente me bastava
E nos espaços da manhã marinha
Quase livre como um deus eu caminhava
E todo o dia vivi como uma cega

Porém no hospital eu vi o rosto
Que não é pinheiral nem é rochedo
E vi a luz como cinza na parede
E vi a dor absurda e desmedida

Sophia de Mello Breyner Andresen, in Obra Poética II, Caminho, 1995

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